domingo, 20 de novembro de 2016

Olhar

©Marcelo Soares

Em Contra Tempo - Fotos de Luciano Piltcher

"No contratempo das obrigações, num lapso do digital e célere cotidiano destes nossos dias, películas que esperavam na paciência dos anos finalmente foram reveladas.
Três décadas e o fotógrafo aceita reavaliar seu jovem e talvez esquecido olhar no contraponto desta época do fugaz e do instantâneo, ao contrário, são imagens que não podem ser revistas na tela de uma câmera, nem refeitas ou corrigidas. Luciano, enfim, encontra tempo, as imagens o trazem de volta e nós viajamos com elas."
Assim explico a exposição de Luciano Piltcher que inaugurou dia 10 de novembro e que ficará aberta por um mês no Now Café Estilo.


Luciano tem uma história fotográfica que vem dos antigos clubes de fotografia desde a década de oitenta, e foi lá que ele esqueceu alguns negativos em gavetas, nunca antes revelados.

As interessantes e belas imagens desta mostra situam-se no entorno do Mercado Central de Pelotas no período de 1985 / 1986, entre a cachaça e o torresmo dos botecos, dos calendários indecentes dos barbeiros, das carnes penduradas que deterioram lentamente e dos tipos humanos que ficaram apenas na memória.









Publicado por Marcelo Soares

Evento - Exposição Em Contra Tempo
Local - Now Café Estilo, Anchieta 2139, Pelotas - RS
De segunda a sexta das 10 as 19 até dia 10 de dezembro.

Links
E-cult Exposição Revela o Mercado Central dos anos 1980
Cobertura da abertura.



quinta-feira, 14 de julho de 2016

Kaushal Parikh - o embaixador da fotografia de rua da India

Kaushal Parik nascido em 1970 vive em Mumbai na India e trabalhou no mercado financeiro até 2006, quando, inspirado pelos trabalhos de Bressom- Cartier e Elliot Erwitt, trocou o isolamento de sua atividade profissional  pelo isolamento criativo da fotografia de rua. Mas o mérito de  Kashual vai além de suas imagens individuais pois  ele também incentivou e  coordenou um coletivo de fotógrafos de rua indianos conhecido como "That's life". Com eles  o cenário da Índia, muito rico e diverso, passou a ser mostrado ao mundo através das fotografias do cotidiano, o que não era comum até então.



Tecnicamente suas fotos são preferentemente monocromáticas, a maioria feita com lentes grande angular (35mm) sendo seu trabalho em cores  mais recente e diverso.



Sobre o That's Life trata-se de um coletivo de fotógrafos de rua - um gênero até então não muito explorado na India -  que capturam as imagens locais de  forma casual, interessante e não convencional, algumas vezes contando histórias engraçadas deste cotidiano. Segundo o portal do grupo "são documentos não adulterados da vida" captados de forma pessoal e subjetiva, como deve ser este tipo de registro.





Maiores detalhes no link: That's Life


quarta-feira, 13 de julho de 2016

Redhair

© Marcelo Soares -  Parque da Redenção, Porto Alegre - Brasil

Elliot Erwitt - fotografia que faz sorrir.

Madrid, 1995
Elliot Erwitt ficou conhecido em sua fotografia pelo senso de humor afiado, ironia, por zombar dos absurdos da vida, isso em imagens repletas de leveza e ironia. São fotos do inusitado nos momentos indiscretos, do inesperado dentro da formalidade.

Argentina, 2001 Valdes Peninsula
Nascido Ervitz em 1928, em Paris, filho de judeus-russos, emigrou para os Estados Unidos com sua família aos 10 anos. Trabalhando como freelancer, produziu trabalhos para revistas como Look, Life e Holiday mas foi ao entrar na Magnum, em 1953, a convite de Capa, que começou a desenvolver projetos ao redor do mundo..

USA, NYC, 200
Elliot também foi dos grandes fotógrafos humanistas  de nosso tempo. "A família de um homem", por exemplo, é uma série de quase duas mil fotos cheias de encantamento onde sua  esposa posa contemplando a filha recém nascida.

Usa, NYC, 1953
O ângulo baixo preferencial em muitas fotos o tornou especialista em imagens de animais de rua, sobre tudo cães. Embora tenha mostrado o contrário Elliot dizia que fotografia é uma profissão de preguiçosos porque não precisava de treino como músicos, médicos ou dançarinos e porque as melhores coisas vinham do ócio e da contemplação. Não usava cores no trabalho pessoal mas sim no profissional, já que a vida já era muito complicada para perder-se com elas. Outra observação sua era a que não teria muito olho para analisar sua própria obra.

USA, 1974, NYC

Links
A fotografia do sorriso.